ESTRADA

 Espetáculo “Estrada” da Cia. Mundu Rodá
Sinopse
Em algum lugar, um grupo de pessoas sem morada anda pelas ruas e cidades inventando formas de sobreviver. Com a chegada de uma nova figura, novos rumos se revelam na trajetória de cada um.
Diluindo as fronteiras entre teatro, música e dança, a Cia. Mundu Rodá apresenta o espetáculo cênico-musical “Estrada”. Através de uma dramaturgia centrada na poética da ação corpóreo-vocal, trata das relações dinâmicas entre indivíduo e sociedade e de como se transformam mutuamente, percorrendo caminhos entre a ternura e a brutalidade, o fantástico e o real, a descrença e a fé.
Livremente inspirado na obra “La Strada” de Federico Fellini, e dialogando com passos, ritmos e corporeidades das danças tradicionais brasileiras, o espetáculo é resultado do projeto de pesquisa e montagem “Estrada” da Cia. Mundu Rodá, contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2009.




Ficha Técnica

Orientação Cênica: Viliam Docolomansky.
Assistente Cênico: Guto Martins.
Coordenação Geral da Montagem: Juliana Pardo.
Pesquisa de Dramaturgia: Cia. Mundu Rodá e Viliam Docolomansky.
Elenco: Alício Amaral, Juliana Pardo, Julius Gonçalves e Daniel Rodrigues.
Criação Musical: Alício Amaral, Julius Gonçalves, Ronaldo dos Santos e Viliam Docolomansky.
Direção Musical: Alício Amaral.
Cenário: Cia. Mundu Rodá e Viliam Docolomansky.
Figurinos: Mila Reily.
Desenho de luz: Marisa Bentivegna.
Produção executiva: Álvaro Guimarães
Realização: Cia. Mundu Rodá de Teatro Físico e Dança.
Treinamentos:
Técnica Corporal para Atores: Juliana Pardo.
Treinamento em Danças Tradicionais Brasileiras: Alício Amaral e Juliana Pardo.
Técnica em Canto: Julius Gonçalves.
Técnica de Percussão Corporal: Ronaldo dos Santos.
Treinamento Corporal em Dança: Diogo Granato.
Treinamento Vocal: Carlos Simione.

Sobre o Projeto

Quando fui convidado pela companhia Mundu Rodá para o trabalho de orientação cênica, deparei-me com uma situação na qual poderia implementar idéias vivenciadas nas minhas experiências anteriores com a cena, e ainda assim, não sabia muito bem o lugar ocupado pela figura do orientador cênico. O fator essencial para a realização dessa parceria foi a empatia de gêneros entre o trabalho que realizo com minha companhia e o trabalho que a Mundu Rodá desenvolve; meu desejo por um teatro pautado no ritmo e na precisão do gesto, que vai ao encontro da linguagem cênica que os artistas há muito vêm pesquisando, sobretudo no que se refere à cultura popular brasileira e ao teatro físico.
O processo desenvolveu-se no período de tempo em que eu analisava o material mostrado pelos artistas, e objetivava realizar conexões possíveis buscando propor situações para o trabalho e o desenvolvimento de cenas e imagens.
Enquanto pesquisa, o projeto buscou respeitar as narrativas e necessidades que nascem do corpo do ator, mantendo outro fator determinante do meu trabalho: guiar uma atuação inspirada na música. O material musical foi um dos eixos para o desenvolvimento dramatúrgico, já que as músicas presentes nas danças dramáticas brasileiras eram repensadas a partir de arranjos, no intuito de potencializar o processo de criação. Dessa maneira, a musicalidade norteava os criadores para as tensões que cada cena poderia representar, além das outras inúmeras inspirações que rondavam o ambiente e nos indicavam ricos encontros, como por exemplo, a obra “La Strada” de Fellini, figuras sociais como os camelôs, mendigos e moradores de rua da cidade de São Paulo.
Uma pesquisa que remete à questões de cunho social e pessoal e reflete-se na entrega dos atores Alício e Juliana para as manifestações populares, esse é o Projeto Estrada, que pode ser visto como a construção de uma ponte para conexões culturais junto à ancestralidade, não tomando o passado de maneira inconsciente, mas objetivando um efeito imediato e autêntico, para um teatro do aqui e agora.

Viliam Docolomansky –Farm in the Cave (CZE)
Orientador Cênico